domingo, 11 de abril de 2010

Meu amigo foi embora.


Caçula de uma prole de 3, nos deu o ar de sua graça na madrugada de 24 de dezembro de 1994. Uma data forte para chegar! Chegou bem depois de seus dois irmãos quando sua mãe já estava sem forças para cortar seu cordão umbilical e tirá-lo da bolsa, serviço feito à mão pela "parteira" que passou a noite em claro acompanhando in loco o parto da mamãe de primeira e última viagem. "Nunca mais vai engravidar!" Ouviu-se mais tarde.

Logo nos primeiros dias de vida notou-se que ao mamar escorria leite por suas narinas causando pequenas asfixias, assim tornando um martírio para ele se alimentar, além da notória dificuldade em respirar. Levado ao "médico" o conselho desse foi categórico "Não doe-o, muito menos se apeguem a ele, pois nasceu com um problema respiratório e não ira durar muito, infelizmente."


Pois é, a partir dali foram 15 anos e meio de uma grande amizade. Pena não ter a devida condição de descrever o que e como foi essa partilha e tudo que significou dividir grande parte de minha vida com ele.


No último dia 10 de abril, aniversário de minha esposa, meu amigo Cabeção foi embora. Uma data forte para se despedir. Forte assim como ele foi durante todos esses anos.


Juro que não imaginava que iria doer tanto.

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