Acabei de assisti-lo, estou desidratado. Não pelo motivo babaca de querer se vender, ou se auto-promover como o corinthiano mais fanático do que o do lado, mas sim por, de repente, entender o contexto social que o Corinthians tem em minha vida, qual o tamanho da sua participação na minha formação e finalmente esclarecer sua onipresença em meu cotidiano.
Nasci corinthiano, aliás, antes de nascer eu já era. Meu pai não me daria outra opção, como não o fez nem prá mim muito menos para o meu irmão. Nossa irmã mais nova o velho deixou por nossa conta, tenho certeza que foi tudo calculado. Minha filha com 2 anos e 3 meses ao ouvir estouros de rojões já grita “Vai CoLíntians!”, minha sobrinha idem e sabe que não pode gostar do Palmeiras! Mais uma vez eu e meu irmão, agora com a ajuda da tia das duas, fomos implacáveis, não demos a mínima chance para as crianças, dando a devida sequência a semente plantada pelo avô delas, meu pai. A esposa de meu irmão está grávida de seu segundo filho, é menino, adivinhem como ele me deu a notícia? “Mano, tá vindo mais um corinthiano aí!” Ouvi-lo emocionado.
Tenho como batismo do meu corinthianismo as semifinais do campeonato paulista de 1986, contra o arqui-rival, o arquiinimigo, aquele que meu Pai ensinou a não gostar. Lembro-me com exatidão, no auge de meus 8 anos, há exatos 23 anos!!! Isso mesmo, meus 23 anos de Corinthians vieram à tona logo hoje, depois de “23 anos em 7 segundos”. No mínimo arrepiante.
Estava sentando ao pé da cama de meus pais brincando com alguns carrinhos enquanto meu pai sentado em cima dela ouvia no rádio a primeira partida daquela decisão. O gol foi alvinegro, não me esqueço, parece que estou vendo meu pai pulando pelo quarto e correndo em volta da cama aos berros.
Foi ali! Ali que joguei o rádio na parede uma semana depois ao ouvir o time do meu pai, o meu time, sucumbir ao rival, mas depois devidamente vingados nas finais daquele campeonato. Foi ali que meu pai viu que já poderia levar sem risco seus filhos para o Pacaembu para debutarem nas arquibancadas junto à Fiel. Foi ali que descobri uma mãe super protetora que fazia chá de erva cidreira para todos e se trancava no quarto fazendo tricô para não passar nervoso em dias de jogos decisivos. Foi ali que inconscientemente casei com uma corinthiana, assim como meu irmão também o fez. Foi ali que iniciamos uma nova geração alvinegra. Tudo por causa daqueles pulos, daquele finado rádio velho amarelo que tinha o apelido de “Zé Bétio”, espatifado por mim contra a parede. Foi ali que conheci as histórias mais orgulhosas de meu pai.
Chorei ao ver no filme a quebra do tabu contra o Santos em 1968. Meu pai estava lá e conta com orgulho: “O Rivelino só não fez chover!”. Chorei ao ver as imagens da invasão de 76. Meus pais voltavam da lua de mel em Salvador e sobrevoaram o Maracanã para verem lá dos céus, sob o aviso do comandante, os 70 mil companheiros, entre eles um tio meu. Chorei ao acompanhar os detalhes do jogo contra a Ponte, meu pai já havia me contado todos, aliás, minha mãe complementava sempre com a história da bandeira gigante confeccionada por minha avó para poderem comemorar nas ruas da cidade natal de meu pai assim que o jejum acabasse.
Chorei por saber que nesses meus 23 anos de corinthiano torcedor ele sempre vai me remeter as pessoas que eu mais amo.
Obrigado Corinthians!
Nasci corinthiano, aliás, antes de nascer eu já era. Meu pai não me daria outra opção, como não o fez nem prá mim muito menos para o meu irmão. Nossa irmã mais nova o velho deixou por nossa conta, tenho certeza que foi tudo calculado. Minha filha com 2 anos e 3 meses ao ouvir estouros de rojões já grita “Vai CoLíntians!”, minha sobrinha idem e sabe que não pode gostar do Palmeiras! Mais uma vez eu e meu irmão, agora com a ajuda da tia das duas, fomos implacáveis, não demos a mínima chance para as crianças, dando a devida sequência a semente plantada pelo avô delas, meu pai. A esposa de meu irmão está grávida de seu segundo filho, é menino, adivinhem como ele me deu a notícia? “Mano, tá vindo mais um corinthiano aí!” Ouvi-lo emocionado.
Tenho como batismo do meu corinthianismo as semifinais do campeonato paulista de 1986, contra o arqui-rival, o arquiinimigo, aquele que meu Pai ensinou a não gostar. Lembro-me com exatidão, no auge de meus 8 anos, há exatos 23 anos!!! Isso mesmo, meus 23 anos de Corinthians vieram à tona logo hoje, depois de “23 anos em 7 segundos”. No mínimo arrepiante.
Estava sentando ao pé da cama de meus pais brincando com alguns carrinhos enquanto meu pai sentado em cima dela ouvia no rádio a primeira partida daquela decisão. O gol foi alvinegro, não me esqueço, parece que estou vendo meu pai pulando pelo quarto e correndo em volta da cama aos berros.
Foi ali! Ali que joguei o rádio na parede uma semana depois ao ouvir o time do meu pai, o meu time, sucumbir ao rival, mas depois devidamente vingados nas finais daquele campeonato. Foi ali que meu pai viu que já poderia levar sem risco seus filhos para o Pacaembu para debutarem nas arquibancadas junto à Fiel. Foi ali que descobri uma mãe super protetora que fazia chá de erva cidreira para todos e se trancava no quarto fazendo tricô para não passar nervoso em dias de jogos decisivos. Foi ali que inconscientemente casei com uma corinthiana, assim como meu irmão também o fez. Foi ali que iniciamos uma nova geração alvinegra. Tudo por causa daqueles pulos, daquele finado rádio velho amarelo que tinha o apelido de “Zé Bétio”, espatifado por mim contra a parede. Foi ali que conheci as histórias mais orgulhosas de meu pai.
Chorei ao ver no filme a quebra do tabu contra o Santos em 1968. Meu pai estava lá e conta com orgulho: “O Rivelino só não fez chover!”. Chorei ao ver as imagens da invasão de 76. Meus pais voltavam da lua de mel em Salvador e sobrevoaram o Maracanã para verem lá dos céus, sob o aviso do comandante, os 70 mil companheiros, entre eles um tio meu. Chorei ao acompanhar os detalhes do jogo contra a Ponte, meu pai já havia me contado todos, aliás, minha mãe complementava sempre com a história da bandeira gigante confeccionada por minha avó para poderem comemorar nas ruas da cidade natal de meu pai assim que o jejum acabasse.
Chorei por saber que nesses meus 23 anos de corinthiano torcedor ele sempre vai me remeter as pessoas que eu mais amo.
Obrigado Corinthians!